WikiLeaks é uma organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia, que publica, em seu site, posts de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis. O site foi construído com base em vários pacotes de software, incluindo MediaWiki, Freenet, Tor e PGP. Apesar do seu nome, a WikiLeaks não é uma wiki - leitores que não têm as permissões adequadas não podem editar o seu conteúdo.
Como funciona:
Para a postagem, a WikiLeaks recomenda vivamente o uso do Tor, visando a preservar a privacidade dos seus usuários, e garante que a informação colocada pelos usuários não é rastreável. O site, administrado por The Sunshine Press, foi lançado em dezembro de 2006 e, em meados de novembro de 2007, já continha 1,2 milhões de documentos. No site, a organização informa ter sido fundada por dissidentes chineses, jornalistas, matemáticos e tecnólogos dos Estados Unidos, Taiwan, Europa, Austrália e África do Sul. Seu diretor é o australiano Julian Assange, jornalista e ciberativista.
O projeto WikiLeaks foi mantido em segredo até janeiro de 2007, altura em que Steven Aftergood, editor do Secrecy News, veio a público apresentar o site. Entre os organizadores, contam-se dissidentes do governo chinês. Os organizadores afirmam que a WikiLeaks constitui uma entidade autorregulada. Citando: "WikiLeaks irá providenciar um fórum onde a comunidade global poderá examinar qualquer documento, testando a sua credibilidade, plausibilidade, veracidade ou falsidade.
Em abril de 2010, o site publicou um vídeo mostrando um helicóptero Apache dos Estados Unidos, no contexto da ocupação do Iraque, matando pelo menos 12 pessoas - dentre as quais dois jornalistas da agência de notícias Reuters - durante um ataque a Bagdá, em 2007. O vídeo (Collateral Murder) é uma das mais notáveis publicações do site.
Assista o vídeo no link:
Outro documento polêmico mostrado pelo site é a cópia de um manual de instruções para tratamento de prisioneiros na prisão militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba.
Ataques de crackers aos sites da MasterCard e Visa
Os ataques de crackers aos sites da MasterCard e Visa tiveram início na quarta-feira de 8 de dezembro de 2010 quando crackers do Grupo Anonymous danificaram a rede de computadores das empresas de cartões de crédito MasterCard e Visa, em retaliação ao bloqueio de doações para o site WikiLeaks. Documentos secretos da invasão do Afeganistão
As atividades da WikiLeaks tiveram enorme repercussão mundial após a divulgação de uma grande massa de documentos secretos do exército dos Estados Unidos, reportando a morte de milhares de civis no guerra do Afeganistão por militares norte-americanos. Julian Assange, o fundador da WikiLeaks, vazou (daí o nome leak: vazar, em inglês, isto é, tornar pública uma informação reservada) parte dos quase 92 mil documentos recebidos de um colaborador para The New York Times, The Guardian e Der Spiegel e depois publicou-os na Internet. Os relatórios abrangem o período de janeiro de 2004 a dezembro de 2009. Assange defendeu a confiabilidade do material vazado sobre o conflito e disse que os documentos contêm evidências de que crimes de guerra foram cometidos por tropas de diversas nacionalidades, em especial pelas forças estadunidenses, durante a ocupação militar do Afeganistão.
O Pentágono suspeita que o responsável pela fuga das informações para a WikiLeaks tenha sido o soldado Bradley Manning, de 22 anos, que teria descarregado dezenas de milhares de documentos, utilizando-se de um sistema militar de correio eletrônico, denominado Secret Internet Protocol Router Network, ao qual apenas militares autorizados têm acesso. Inicialmente Manning ficou preso em uma base militar no Kuwait. Em 28 de julho, foi transferido para a base dos fuzileiros navais de Quantico, na Virginia, onde está mantido em confinamento solitário. Em junho, Manning foi acusado de oito violações do Código Penal dos Estados Unidos. Ele também é suspeito de ter passado à WikiLeaks o vídeo do helicóptero que matou civis desarmados perto de Bagdá, divulgado anteriormente. Além de relatos de episódios de grande violência, envolvendo a morte de civis e possíveis crimes de guerra, os documentos indicam a existência de eventual colaboração entre o serviço secreto do Paquistão (país aliado dos EUA) e os talibãs, em ataques contra militares da coligação da OTAN no Afeganistão. Está em curso uma investigação para determinar se há outras pessoas envolvidas no caso.
Em entrevista ao The Washington Post, um especialista em computação, da área de Boston, reportou que, em meados de junho - depois que Manning foi acusado de passar para aWikiLeaks o vídeo do ataque de helicóptero contra os civis iraquianos e antes do vazamento dos arquivos sobre a guerra do Afeganistão - investigadores do governo dos EUA lhe ofereceram dinheiro para que ele se "infiltrasse" na WikiLeaks, mas ele não aceitou. Em 29 de julho, Jacob Appelbaum, especialista em segurança de computadores e um dos voluntários da WikiLeaks, foi detido no aeroporto de Newark e interrogado durante três horas, por agentes da inteligência do exército americano e funcionários do controle de imigração (ICE), a respeito de suas relações com a WikiLeaks e com Julian Assange e sobre suas opiniões sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão. Appelbaum, de 27 anos, que trabalha para a Tor Project, como desenvolvedor de softwares, retornava de uma viagem ao exterior. Seu laptop e seus três telefones celulares foram apreendidos. O laptop foi devolvido, depois de ter o seu conteúdo presumivelmente copiado. Appelbaum contou à imprensa que os agentes do ICE não permitiram que ele fosse assistido por um advogado durante o interrogatório. Segundo Appelbaum, os agentes o ameaçaram com a possibilidade de detê-lo para um novo interrogatório a cada vez que voltasse aos Estados Unidos. "Questionaram minha capacidade de voltar a entrar nos Estados Unidos, apesar de eu ser um cidadão americano. É muito perturbador pensar que, a cada vez que eu cruzar a fronteira, serei tratado dessa maneira", declarou ele, informando que viaja para o exterior a negócios duas vezes por mês.
Dentre todos os documentos "vazados" o Brasil é citado em telegramas e documentos militares como vulnerável a ataques terroristas.
A cidade de Brasília seria vulnerável a potenciais atentados terroristas nos quais aviões seriam usados como armas, um telegrama da embaixada dos EUA no Brasil em 2009, assinado na pelo então embaixador americanos Clifford Sobel.
A capital estaria vulnerável porque os procedimentos para fechamento do espaço aéreo foram desenvolvidos com foco nas vastas áreas do Norte do País para combate à ação de aeronaves traficando drogas, e não para coibir potenciais ataques às cidades.
A mensagem diz que o roubo de uma aeronave de pequeno porte ativou procedimentos de fechamento do espaço aéreo no Brasil. A proximidade com o Distrito Federal foi vista como uma ameaça, com a possibilidade de a aeronave ser utilizada como uma arma.
O telegrama foi divulgado na página do WikiLeaks na internet e faz parte dos mais de 250 mil documentos diplomáticos dos EUA vazados vazados pelo website.
Diante da proximidade com o Distrito Federal e a falta de qualquer plano de voo, a Controladoria de Tráfego Aéreo notificou o Controle de Defesa Aérea, que enviou aviões da Base Aérea de Anápolis para interceptar, observar e tentar comunicação, continua o documento, que cita relato do Comando de Defesa Aérea para o chefe da Força Aérea, brigadeiro Junito Saito. Ele teria dito que quando o avião, repentinamente, rumou para uma área densamente povoada e para um shopping center, os controladores a viram como uma ameaça, com a possibilidade de que o avião roubado pudesse ser usado como uma arma.
Saito entrou em contato com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a possibilidade de ordenar o fechamento do espaço aéreo diante da ameaça aos civis. Durante as discussões, o avião caiu sobre o estacionamento do shopping.
A avaliação de vulnerabilidade do espaço aéreo de Brasília em relação a uma "potencial ação terrorista", na opinião da embaixada dos EUA no Brasil, tem origem no questionamento de Sobel, "uma vez que uma decisão não teria sido tomada em tempo para impedir o piloto, se ele tivesse sido capaz de colidir com seu alvo ou outro prédio, incluindo Brasília".
Com base nas discussões com a Força Aérea Brasileira e Controladoria de Tráfego Aéreo, diz o telegrama, os brasileiros consideraram eficientes os procedimentos de fechamento do espaço aéreo, mas podem buscar formas de acelerar a tomada de decisão durante um potencial ataque terrorista.
E aí? Você ainda tem alguma dúvida se está mesmo ocorrendo uma guerra cibernética?
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